quinta-feira, 27 de junho de 2013

Resenha: "The Catcher in the Rye"

"The Catcher in the Rye"

J. D. Salinger

Editora Back Bay Books

277 páginas

#Livro Independente

[Texto Original]


- Sinopse -
O Apanhador no Campo de Centeio narra um fim de semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça.

- A Primeira Impressão -
Eu entendo quem largou este livro de primeira. “I really do.” Esse menino chato que só reclama de tudo pode ser mesmo um pé no saco pra quem não está afim. Felizmente, Salinger é um ótimo escritor. E não é à toa que ele é necessário em quase todas as escolas dos EUA.
Merece ser chamado de clássico.

- O Desenrolar da Estória - 
Com uma escrita feia, um nojo de tudo e todos (quase que uma campanha anti-phonies) e vontade nenhuma de ser ou fazer qualquer coisa, Holden vai soltando pedaços de sua vida aos poucos. Mas existe uma profundidade incrível que, só quando vemos seu cru e nos acostumamos a ele - e, pelo que parece, ele a nós - seus pensamentos vão crescendo com mais clareza e sentido, obrigando-nos, até, a concordar com algumas coisas. O menino chato se torna sensível e sombrio, genialmente horrível.

- Pontos Negativos e Holofotes -
Ir mal na escola não faz dele burro. Sua preguiça é compensada pelo olhar crítico para o que te rodeia. Em fazer as coisas cientemente por querer, sendo elas más ou boas, sem nenhuma esperança de recompensa mentirosa e trapaceira como muitos por aí (advogado, médico... apanhador). Contudo, curiosamente, mesmo que desconfie de quase tudo, ele ainda demora para chegar a uma conclusão  concreta sobre os assuntos.
O que representa muito bem a adolescência, por sinal. Não apenas com as experiências que ele sofre, mas com a confusão horrorosa onde, de vez em quando, tudo o que queremos fazer é gritar. Esse processo constrangedor e marcante foi muito bem transcrito; cheio de ensinamentos nos pensamentos aleatórios que ajudam na estabilização mental dos jovens.
E, sério mesmo, não acho que gostaria tanto assim se fosse ler em outra época da vida.

- O Trabalho da Editora -

A capa, que simboliza a linda passagem sobre o carrossel, não poderia ser mais perfeita, já que este livro é, principalmente, sobre amadurecimento. É também a mesma desde a primeira edição. Uma curiosidade é que a ilustração se repete na frente e atrás, o que nos leva a: não existe uma única sinopse ou descrição da estória em nenhuma parte do livro, do mesmo jeito que não há prefácio nem posfácio.
Outra coisa muito estranha é que consta nas informações de copyright e coisas do tipo que este livro, originalmente publicado entre 1945 e 1946 em formato de revista, foi revisado e editado mais três vezes, apenas para o formato de livro, em ’46, ’51 e ’79, sendo constada apenas a última pelo próprio Salinger. 

- Nota -

Uma besteira terem proibido por tanto tempo esse livro por conta das polêmicas. Eu realmente duvido que os diretores de escolas ou bibliotecas tenham lido - talvez ficaram com medo de serem influenciados a matar Lennon... 


  

 


- Sobre o Autor -
Jerome David Salinger foi um escritor norte-americano. Um dos nomes mais importantes da literatura norte-americana deste século. Seu romance mais conhecido é O Apanhador no Campo de Centeio. Jerome David Salinger nasceu em Nova York, filho de pai judeu e de mãe cristã. 
Frequentou escolas públicas e depois uma academia militar. Estudou pouco tempo nas universidades de Nova York e Columbia, mesmo período em que começa a escrever contos - alguns publicados em periódicos norte-americanos. Prestou serviço militar entre 1942 e 1946 e participou da II Guerra Mundial, experiência que marca sua vida e obra.
De volta aos Estados Unidos, passa a colaborar na revista The New Yorker. Em 1948 publica Um Dia Perfeito para o Peixe-Banana, livro elogiado pela crítica e de sucesso público.

4 comentários:

  1. Oi, Fernando!
    Essa resenha me deixou curioso rsrs Acho que o personagem principal é bem peculiar e aguça muito a minha curiosidade.
    Se é um clássico nas escolas americanas, com certeza deve ser bom. Muito boa sua resenha, supeeeeer bem escrita, adorei!
    Abraços
    Descobrindolivros.blogspot.com.br

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    1. Pois é!
      Só tome cuidado com traduções e tenha paciência com o Holden, HAHAHA. Mas recomendo com toda certeza.
      Mergulhe de cabeça!
      Abraços

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  2. Oi, Fernando!

    Há algum tempo você tinha me recomendado seu blog, mas acredito que não tinha passado aqui pra deixar um comentário.
    Bom, li há uns dois anos esse livro do Salinger e esperei tanto, tanto, que me surpreendi pro lado negativo. Na época fiz até uma resenha bem negativa pro meu blog hahaha
    Acredito que à época de seu lançamento, tenha sido uma espécie de grito dos jovens para mostrarem que podiam sim terem suas próprias opiniões e que elas deveriam ser levadas à sério. Um marco, com certeza, e uma leitura interessante e muito válida. Porém, achei Holden Caufield revoltado demais e além disso, com uma família desestruturada. Acredito que, embora ele deva ser ouvido, não é a melhor voz para falar sobre os adolescentes.
    Enfim, eu ainda quero reler para rever minha opinião e quem sabe mudá-la... Existem coisas que odiamos e depois passamos a gostar, por uma simples mudança de perspectiva :)

    Um beijo!

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    1. Oi, Isabella!
      É exatamente a desestruturação da família dele que ajuda nesse momento de revolta, ainda mais ter ido para um colégio interno só de meninos idiotinhas.
      Mas, afinal, o que seria um "phonie", o qual ele tanto abomina? Por que as pessoas não dizem o que sentem, mas tentam fazer sempre o máximo para se encaixarem? De fato, a geração ainda se preocupa com "status". A maioria não faz coisas por querer, mas por crédito.
      É sua exposição ao cru de tantas pessoas diferentes entre si que o deixa daquela maneira. Ao invés de falar o tempo todo de carros, bebidas, sexo, religião ou até moda, como as outras personagens transcritas através da estória, ele procura seu próprio estabelecimento espiritual.
      Ao invés de querer virar um advogado ou médico como todos, ele deseja se satisfazer como apanhador. Sem precisar de muito para ser feliz.
      Também acho bom reler livros. Assim como o Holden durante essa formação de caráter, nossa cabeça muda com o tempo. E, como disse, só acho que gostei tanto porque bate com o que sinto agora.

      Beijos!

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