terça-feira, 8 de outubro de 2013

Resenha: "Psicose"

"Psycho"
Robert Bloch

Editora Darkside Books

237 páginas

#Livro Independente


[Anabela Paiva]


- Sinopse -
Psicose, o clássico de Robert Bloch, foi publicado originalmente em 1959, livremente inspirado no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas femininas.
O livro teve dois lançamentos no Brasil, em 1959 e 1964. São, portanto, quase 50 anos sem uma edição no país, sem que a maioria das novas gerações pudesse ler a obra original que Hitchcock adaptou para o cinema em 1960. A DarkSide orgulhosamente tem o prazer de reparar este lapso, em julho de 2013, com o lançamento de Psicose em versões brochura (classic edition) e capa dura, limited edition que incluirá um caderno especial com imagens do clássico de Hitchcock.
Uma história curiosa envolvendo o livro é que Alfred Hitchcock adquiriu anonimamente os direitos de Psycho e depois comprou todas as cópias do livro disponíveis no mercado para que ninguém o lesse e, consequentemente, ele conseguisse manter a surpresa do final da obra.
Em Psicose, Bloch antecipou e prenunciou a explosão do fenômeno serial killer do final dos anos 1980 e começo dos 1990. O livro, junto com o filme de Hitchcock, tornou-se um ícone do horror, inspirando um número sem fim de imitações inferiores, assim como a criação de Bloch, o esquizofrênico violento e travestido Bates, tornou-se um arquétipo do horror incorporado a cultura pop.

- A Primeira Impressão -
Cuidado com o gordinho solitário e bonzinho. Ninguém é bonzinho.
"Incapaz de fazer mal até mesmo a uma mosca..." 
Vem com essa.

- O Desenrolar da Estória -
É um livro simples e um pouco parado; não acontece muita coisa, mas mesmo para quem foi vendido como um thriller dos mais macabros e sangrentos o bico será saciado. O mistério e a tensão existem, trama bem contada e seu desfraldar ininterrupto.

- Pontos Negativos e Holofotes -
Robert Bloch escreve com simplicidade, mas classe e eficiência pessoais não lhe faltam. Vê-se que ele sabe o que está fazendo. 
Adorei sua ousadia ao escrever, com todas as palavras, quase sem escrúpulos, a psicologia dos personagens - pois/os quais são baseados em pessoas de verdade numa situação que aconteceu de verdade. Não há pontos soltos e cada passagem mostra pontos de vista diferentes, provando que o final é como deveria ser.

- O Trabalho da Editora -
Essa é uma das edições mais bonitas da minha coleção.
É sério.
Tive sorte de ainda conseguir comprar a edição especial mesmo depois de um belo tempo do lançamento. É, capa-dura, emborrachada e com os escritos em auto-relevo. Por dentro, dá ainda mais vontade de chorar. O livro é cheio de fotos clássicas do icônico filme; a diagramação dos capítulos é linda, cada um com uma chave de cada quarto do Bates Motel.
A tradução ficou muito boa, de verdade, e acho que mesmo quem não teve sorte de adquirir essa edição limitada deveria comprar a comum, que também está incrível e igualmente especial por dentro.
Que editora boa, gente. Começaram muito bem.

- Em relação ao Filme -
Se é possível que ainda não tenha visto o filme (o que você está fazendo no computador então, meu caro?), posso constatar o óbvio ao dizer que Hitchcock é um gênio, e foi muito feliz na direção desse filme. Levando em consideração a época, foi uma tacada arrebatadora. A trilha sonora (!!!), a construção e a coerência do filme, os atores perfeitos e o espanto na verdadeira surpresa... E a cena do chuveiro. O que foi aquilo!

- Nota -
"Eu acho que todos nós somos um pouco loucos de vez em quando."


- Sobre o Autor -
Robert Bloch (1917-1994) foi um escritor norte-americano de terror, fantasia e ficção científica. Autor de centenas de contos e mais de 30 romances, tornou-se mundialmente conhecido com Psicose (1959), adaptado para os cinemas por Alfred Hitchcock. Teve como mentor H.P. Lovecraft, um dos mestres das histórias de horror e mistério, grande incentivador do trabalho de Bloch, com quem chegou a trocar cartas, além de ter sido um dos mais jovens membros do Lovecraft Circle, círculo de amigos do escritor. Colaborou com revistas pulp no começo da carreira, como a “Weird Tales”, além de escrever para fanzines de ficção científica e fantasia. Foi um prolífico roteirista para cinema e TV por mais de trinta anos, tendo escrito dez episódios para a série de suspense e mistério Alfred Hitchcock Apresenta (1962-65), o roteiro do remake de O Gabinete do Dr. Caligari (1962), de Roger Kay, e três roteiros originais para a série Star Trek (1966-67). Ganhou o Hugo Award (pelo conto “That Hell-Bound Train”), além do Bram Stoker Award e do World Fantasy Award.

Um comentário:

  1. O livro parece interessante, depois que li As Crônicas de Nárnia passei a ter mais interesse em livros antigos mais antigos :)
    Te indiquei pra uma tag, passa lá depois se puder: http://cantinholiteral.blogspot.com.br/2013/10/tag-os-4-elementos-tag-campanha-de.html

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