"The Casual Vacancy"
J. K. Rowling
Editora Little, Brown NY
503 páginas
#Livro Independente
[Texto Original]
- Sinopse -
Quando
Barry Fairbrother morre inesperadamente no auge dos seus 40 anos, a cidade de
Pagford fica em choque.
Pagford
é vista como uma simples cidade inglesa, com seus pavimentados centros de
comércio e sua paróquia antiga, mas o que se esconde por trás desta bela fachada
é uma cidade em guerra.
Ricos
em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, mulheres em
guerra com seus maridos, professores em guerra com seus alunos... Pagford não é
o que parece.
E a
cadeira vazia que Barry deixa no conselho municipal logo se tornará o estopim
para a maior guerra que a cidade já viu. Quem irá triunfar numa eleição repleta
de paixões, duplicidade, e revelações inesperadas?
- A Primeira Impressão -
Comprei o livro quando foi lançado, e larguei-o logo lá. É difícil responder se continuaria a
leitura se ele tivesse sido escrito por outra pessoa (ou se ao menos o
compraria).
Mesmo assim, decidi dar
um tempo, este que foi necessário para encarar o livro como um livro, e
enxergar o nome lá em cima como o de mais um autor - não o de quem fez e agora destruiria a minha infância.
E, olha, como isso
mudou tudo.
- O Desenrolar da Estória -
É difícil tentar ler um
livro onde todos os personagens são hipócritas, mesquinhos e egoístas. Os
adolescentes (mesmo que, OI, BEM diferentes) continuam seu ponto forte na
fluidez.
A escrita continua
excelente, e me mostra o quanto o inglês, principalmente britânico, pode ser
bem explorado quando o autor tiver um vocabulário vasto.
Em sua construção, o
livro se parece muito com uma novela (ou, como apelidado pela própria autora,
uma “tragédia cômica”), com momentos ordinários do dia-a-dia, que podem até se
tornar um pouco enfadonhos, e outros de descontração de personagens que só
parecem estar lá para isso - parecem. E a partir das pausas dramáticas em
momentos cruciais, o vício até que surge.
A autora ainda consegue
criar aqueles paradoxos sensacionais no fim das estórias, sem deixar nenhuma
grande ponta solta; às vezes apenas alguns temas abertos para o leitor pensar
por si - a relação de Lexie com sua mãe, por exemplo - o que era, desde o começo, o objetivo desse livro. É uma pena que as expectativas pré-formadas de grande parte do público fossem tão opostas.
- Pontos Negativos e Holofotes -
É precisa maturidade?
Com certeza. Mas uma que pode ser adquirida com olhares críticos ao seu redor,
e não só a partir de números.
Me chocou como o que parecia certo ou
passava despercebido fica muito mais feio quando colocado sobre outras
perspectivas.
E eu, sinceramente, não
achei os palavrões e cenas de sexo gratuitos. Eles são tão importantes para o
desenrolar da estória como em qualquer Guerra-dos-tronos-da-vida.
Como muitos dizem, esse
livro é realista. Quantas Krystal’s e Fats’ coexistem no nosso dia-a-dia? (ou
pior: quantas vezes já agimos como Howard’s ou Samantha’s sem a mínima
sensibilidade?).
Afinal de contas, todos
temos problemas. Mas o que difere uma atitude boa de uma imprudente é o olhar tridimensional
para com as outras pessoas envolvidas.
Mas, acima de tudo, esse
é um livro sobre perdas. E quem sabe da vida da autora consegue enxergar de
longe a sua mãe como inspiração principal (isso desde o capítulo doze do
primeiro HP).
E aquela bola-de-neve
Weedon de quebrar o coração só dá mais vontade de entrar no livro pra dizer que
tudo vai ficar bem e impedir que o pior aconteça como é lido.
- O Trabalho da Editora -
A diagramação está
linda, assim como a capa emborrachada (mas que suja como inferno, viu. Sério, vocês
não sabem a vontade que eu estou de matar esse Mario J. Pulice). A edição paperback será lançada ainda este ano
com uma arte diferente, e espero que a Little, Brown continue publicando os
próximos romances adultos da JK, se eles vierem.
- Com Relação ao Seriado -
Em breve...
- Nota -
É necessário por ser a nossa realidade de hoje. Faça como eu: tome seu tempo, mas não desista.
A autora ainda consegue fazer finais sensacionais com plot-twists brilhantes. Esse livro quebra qualquer boato de plágio - ou pacto :x - e mostra que ela tem mesmo jeito com as palavras. Não é à toa que J. K. Rowling é meu ídolo de todos os tempos.
- Book trailer -
- Sobre a Autora -
Joanne
Kathleen Rowling nasceu nos arredores de Bristol, na região de Gloucestershire,
Inglaterra, em 31 de julho de 1965. Estudou Francês e Letras Clássicas na
Universidade de Exeter. Em 1990, Rowling teve a idéia para a trama de Harry
Potter, numa viagem de trem de Manchester para Londres. J. K. Rowling ganhou, entre outros
prêmios, o Nestlé Smarties Book Prize Gold Medal, o FCBC Children’s Book Prize,
o Birmingham Cable Children’s Book Award e o cobiçado British Book Awards
Children’s Book of the Year. Em 2003, a autora foi
agraciada com o Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia, um dos mais
importantes do mundo, concedido pela Fundação Príncipe de Astúrias a pessoas,
instituições ou grupos cujo trabalho tenha contribuído de forma exemplar e
relevante para a fraternidade entre os homens e a luta contra a injustiça, a
pobreza, a enfermidade e a ignorância.
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