sexta-feira, 24 de maio de 2013

Resenha: "The Casual Vacancy"

"The Casual Vacancy"

J. K. Rowling

Editora Little, Brown NY

503 páginas

#Livro Independente

[Texto Original]


- Sinopse -

Quando Barry Fairbrother morre inesperadamente no auge dos seus 40 anos, a cidade de Pagford fica em choque.
Pagford é vista como uma simples cidade inglesa, com seus pavimentados centros de comércio e sua paróquia antiga, mas o que se esconde por trás desta bela fachada é uma cidade em guerra.
Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, mulheres em guerra com seus maridos, professores em guerra com seus alunos... Pagford não é o que parece.
E a cadeira vazia que Barry deixa no conselho municipal logo se tornará o estopim para a maior guerra que a cidade já viu. Quem irá triunfar numa eleição repleta de paixões, duplicidade, e revelações inesperadas?

- A Primeira Impressão -

Comprei o livro quando foi lançado, e larguei-o logo lá. É difícil responder se continuaria a leitura se ele tivesse sido escrito por outra pessoa (ou se ao menos o compraria).
Mesmo assim, decidi dar um tempo, este que foi necessário para encarar o livro como um livro, e enxergar o nome lá em cima como o de mais um autor - não o de quem fez e agora destruiria a minha infância.
E, olha, como isso mudou tudo.

- O Desenrolar da Estória -

É difícil tentar ler um livro onde todos os personagens são hipócritas, mesquinhos e egoístas. Os adolescentes (mesmo que, OI, BEM diferentes) continuam seu ponto forte na fluidez.
A escrita continua excelente, e me mostra o quanto o inglês, principalmente britânico, pode ser bem explorado quando o autor tiver um vocabulário vasto.
Em sua construção, o livro se parece muito com uma novela (ou, como apelidado pela própria autora, uma “tragédia cômica”), com momentos ordinários do dia-a-dia, que podem até se tornar um pouco enfadonhos, e outros de descontração de personagens que só parecem estar lá para isso - parecem. E a partir das pausas dramáticas em momentos cruciais, o vício até que surge.
A autora ainda consegue criar aqueles paradoxos sensacionais no fim das estórias, sem deixar nenhuma grande ponta solta; às vezes apenas alguns temas abertos para o leitor pensar por si - a relação de Lexie com sua mãe, por exemplo - o que era, desde o começo, o objetivo desse livro. É uma pena que as expectativas pré-formadas de grande parte do público fossem tão opostas.

- Pontos Negativos e Holofotes -
É precisa maturidade? Com certeza. Mas uma que pode ser adquirida com olhares críticos ao seu redor, e não só a partir de números.
Me chocou como o que parecia certo ou passava despercebido fica muito mais feio quando colocado sobre outras perspectivas.
E eu, sinceramente, não achei os palavrões e cenas de sexo gratuitos. Eles são tão importantes para o desenrolar da estória como em qualquer Guerra-dos-tronos-da-vida.
Como muitos dizem, esse livro é realista. Quantas Krystal’s e Fats’ coexistem no nosso dia-a-dia? (ou pior: quantas vezes já agimos como Howard’s ou Samantha’s sem a mínima sensibilidade?).
Afinal de contas, todos temos problemas. Mas o que difere uma atitude boa de uma imprudente é o olhar tridimensional para com as outras pessoas envolvidas.
Mas, acima de tudo, esse é um livro sobre perdas. E quem sabe da vida da autora consegue enxergar de longe a sua mãe como inspiração principal (isso desde o capítulo doze do primeiro HP).
E aquela bola-de-neve Weedon de quebrar o coração só dá mais vontade de entrar no livro pra dizer que tudo vai ficar bem e impedir que o pior aconteça como é lido.

- O Trabalho da Editora -

A diagramação está linda, assim como a capa emborrachada (mas que suja como inferno, viu. Sério, vocês não sabem a vontade que eu estou de matar esse Mario J. Pulice). A edição paperback será lançada ainda este ano com uma arte diferente, e espero que a Little, Brown continue publicando os próximos romances adultos da JK, se eles vierem.

- Com Relação ao Seriado -

Em breve...

- Nota -
É necessário por ser a nossa realidade de hoje. Faça como eu: tome seu tempo, mas não desista.
A autora ainda consegue fazer finais sensacionais com plot-twists brilhantes. Esse livro quebra qualquer boato de plágio - ou pacto :x - e mostra que ela tem mesmo jeito com as palavras. Não é à toa que J. K. Rowling é meu ídolo de todos os tempos.

 


- Book trailer -


- Sobre a Autora -

Joanne Kathleen Rowling nasceu nos arredores de Bristol, na região de Gloucestershire, Inglaterra, em 31 de julho de 1965. Estudou Francês e Letras Clássicas na Universidade de Exeter. Em 1990, Rowling teve a idéia para a trama de Harry Potter, numa viagem de trem de Manchester para Londres. J. K. Rowling ganhou, entre outros prêmios, o Nestlé Smarties Book Prize Gold Medal, o FCBC Children’s Book Prize, o Birmingham Cable Children’s Book Award e o cobiçado British Book Awards Children’s Book of the Year. Em 2003, a autora foi agraciada com o Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia, um dos mais importantes do mundo, concedido pela Fundação Príncipe de Astúrias a pessoas, instituições ou grupos cujo trabalho tenha contribuído de forma exemplar e relevante para a fraternidade entre os homens e a luta contra a injustiça, a pobreza, a enfermidade e a ignorância.

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