Há certo tempo li um artigo na revista Super Interessante que falava do avanço da leitura em outros aparelhos, e não só na amada celulose. Na época, não dei muito valor ao texto. Pensava que leitor de verdade não abandonaria as origens, muito menos pela inimiga mortal da tecnologia. Que ingenuidade.
Mas agora que essa moda
está de fato pegando, não sei dizer direito minha opinião. É claro que as
melhorias são mesmo revolucionárias - como o fato de tocar em uma palavra e
saber seu significado, genial! -, mas mesmo assim... Sei lá.
As filas na porta de
uma livraria no dia de um lançamento, as incontáveis prateleiras e horas para
explorá-las, as reclamações sobre o título que descasca (sdds HP), o vício do
cheiro do livro novo e o espirro do velho e abandonado... Tudo isso irá embora,
se resumindo a um simples toque artificial (que ainda ousa ser realista, com
barulinho e tudo).
Fetichismo?
Materialismo? Definitivamente. Quem nunca sonhou em ter uma estante cheia? Mas
pior ainda: quem nunca sonhou em ter mais espaço? O bendito também te ajudará
nisso. Damn it.
Pelo menos uma coisa é
positiva: as estórias continuarão lá. E tenho certeza de que alguns moderninhos
finalmente deixarão a preguiça (ou talvez até o medo) de lado e enfiem alguma
coisa na cabeça, o que é ótimo.
Meeeesmo assim, continuo
a torcer o nariz, mas com olhares furtivos à tentação que me cerca.
Se um dia experimentarei?
Ainda não posso dizer.
Tenho medo de acabar
gostando.
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