sábado, 16 de novembro de 2013

Resenha: "Mockingjay"

"Mockingjay"
Suzanne Collins
Editora Scholastic
390 páginas
"The Hunger Games" #3
[Texto Original]

- Sinopse -
Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais lutar.
Mas as regras do jogo mudaram - com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução. A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora, contra a própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo. O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade.

ATENÇÃO!
Esta resenha pode conter spoilers imprevisíveis.
Favor ler a droga do livro.

- A Primeira Impressão -
Começo essa resenha taxando a trilogia "Jogos Vorazes" como uma propaganda enganosa - é bem melhor do que qualquer um possa imaginar. O primeiro livro serve, obviamente, apenas como base, uma introdução ao palco e aos personagens. O segundo, como já falei, serve como ponte. 
Mas o que senti em relação a estes dois foi que eles serviram, principalmente, para chamar público, em especial o teen. Porque podemos perceber que a maturidade e a profundidade da escrita, dos acontecimentos narrados e dos temas passados dão um salto BEM grande do segundo para o terceiro volume.

- O Desenrolar da Estória -
Por isso, entendo quem não tenha gostado do final da série - eu mesmo passei bastante tempo em dúvida - pois com uma abordagem tão diferente, o leitor (no caso, eu) estranha. E fica com a sensação de "o que eu devo sentir a respeito?".
E vejo que a reação do público fica bastante mista, isso só em ver se o livro favorito de tal leitor é "Em Chamas", que fica voltado bem mais para o romance, ou "A Esperança", com os fundos mais políticos e críticos. E excede bastante as expectativas (ou desaponta).
Grande parte deste último é lenta e claustrofóbica, girando em torno do ódio em relação à Capital. É, sem dúvidas, o mais pesado e o mais rico. 
Vejo sempre ao folhear os livros que cada palavra é muito bem escolhida, cada capítulo com um propósito, que leva à outra coisa, e à outra, e à outra.

- Pontos Negativos e Holofotes -
Demorei tanto tempo assim para postar a resenha porque ainda estava indeciso. Desde o término das últimas linhas, a estória ainda continuava cozinhando e se desenvolvendo cada vez mais na minha cabeça, sempre achando novas saídas e conclusões: o que é fantástico. Acho bom apresentar estórias mais "adultas" aos jovens, mas isso não é promessa de que vão entender, e, se entenderem, não é preciso se vão (vamos) gostar. Posso dizer que as intenções da autora foram atingidas, mesmo que não compreendidas e aceitas.

- Conclusões de Fim de Série -
É um final ótimo para uma trilogia muito boa, mas que pode não saciar por completo exatamente por ser tão inesperado.
Katniss, que sempre foi madura, mostra escolhas plausíveis e estranhas ao mesmo tempo. E é bem mais confuso de se localizar quando se está na cabeça e na pele desta anti-heroína do começo ao fim, vendo o que ela vê e sendo manipulado por seus sentimentos. Os outros personagens, ainda bem, continuam também fantásticos - e ainda melhores...
É muito bem pensado, muito bem transcrito. Tem seus altos e baixos, mas ainda consegue transmitir uma mensagem muito forte e que fala bem alto. Vemos como o mundo político é ambicioso e egoísta; e as revoluções se encaixam muito bem, sinceramente, às manifestações populares - seja do Brasil ou de qualquer outra sociedade: com objetivo limpo e sincero, coerência, ANDAR PARA FRENTE, de fato. (Coin/Snow,13/Capital, Minas de carvão do 12/Nut no Distrito 2, novos Jogos Vorazes...)
E, não importa o quanto melhore, nem o quanto um dia sejam recompensados: guerra é uma merda, vermelha e preta. E deixa marca.

- O Trabalho da Editora -
Um beijo para o artista das capas dessa série, pelo design ótimo, as ilustrações lindas e o simbolismo por trás delas - dá pra ver que o tordo, nessa, está sorrindo? Ele não deveria sorrir tanto assim. As edições em hardcover continuam perfeitas de chorar, e se encaixam muito belamente umas com as outras na estante, fazendo bastante destaque (merecido).

- Nota -
"Are you, are you
 Coming to the tree?
 Wear a necklace of rope, side by side with me.
 Strange things did happen here
 No stranger would it be
 If we met up at midnight
 in
               the hanging 
                                                                tree?"


 
 

- Book trailer -



- Sobre a Autora -
Suzanne Collins é escritora e roteirista de programas infantis, formada em escrita dramática pela New York University. Fez vários roteiros para a Nickelodeon. Entre 2003 e 2007, Suzanne escreveu os cinco livros da série de fantasia “The Underland Chronicles”. Em 2008, lançou “The Hunger Games”, primeiro livro da trilogia homônima. A inspiração veio quando ela assistia TV: mudando de canal, viu um reality show que passava ao mesmo tempo em que outro canal transmitia cenas da Guerra do Iraque. Suzanne inseriu essa junção num contexto de mitologia grega e em suas noções de efeitos de guerra. "The Hunger Games" está na lista de best-sellers do The New York Times há mais de sessenta semanas e sua adaptação cinematográfica está em fase de pré-produção.

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